sábado, 5 de fevereiro de 2011

Pernambuquês

Alguns questionamentos:

1.O que é mais comemorado: o hexacompeonato do Náutico de 1968 ou o tri Super do Santa Cruz de 1983, conquuistado com a complascência do Náutico?
1.O que é mais discutido no Brasil: o título de campeão brasileiro do Sport de 1987, conquistado diante do Guarani e depois confirmado no tapetão ou a vergonhosa derrota da seleção brasileira diante da França na decisão da COPA DE 1998 (França 3 X 0)?
3.O que foi mais vergonhoso: a freada de Barrichello na chegada do Grande Prêmio da Áustria em 2002 ou o jogador Roberto Carlos se abaixar para ajustar o meião, no momento da cobrança da falta que resultou no gol de Thiery Henri na copa de 2006, vitória da frança por um a zero?
4.O que é mais incrível é um time ser comandado por três meses por um técnico que morava nos EUA ou a derrota de um time com onze jogadores para um time com sete jogadores? Tudo isso tem resposta!
Por enquanto é só, mas depois tem mais.

Batalha dos Aflitos

Estive em Porto Alegre e fiquei surpreso como os gaúchos aindam comentam o jogo conhecido como a famosa batalha dos Aflitos,partida válida pela decisão da série B de 2005. A pedido dos torcedores colorados, segue abaixo a crônica escrita naquela oportunidade, publicada no jornal Sem Censura de Olinda, do jornalista e amigo J. Neto.

PÁGINA DEPRIMENTE

Era um acontecimento futebolístico tendo como palco o Estádio Eládio de Barros Carvalho, Aflitos, Recife-PE, dia 26 de novembro de 2005, e a "Veneza brasileira" era vista no país como a capital do futebol. Decidia-se naquela oportunidade uma das vagas para a chamada elite do futebol brasileiro, a série A. Envolvia a equipe tradicional, hexacampeão de Pernambuco, o Clube Náutico Capibaribe, e a equipe do Grêmio de Futebol Porto Alegrense, outrora campeã mundial. Próximo dali, no Estádio do Arruda, a equipe do Santa Cruz decidia com equipe da Portuguesa de Desportos, também uma das vagas para a mesma competição.
Estádio lotado, quase na sua totalidade tomado pelas cores vermelha e branca e apenas uma "meia dúzia" de apaixonados torcedores gremistas. Tudo transcorria normal até aproximadamente trinta e quatro minutos do segundo tempo, pois com exceção de uma penalidade desperdiçada pelo Náutico no primeiro tempo da partida, nada que não fosse possível acontecer numa partida do apaixonante esporte bretão. A equipe do Náutico, até aquele momento, mostrava-se superior técnico e taticamente à equipe gaúcha. E o que se viu foi aos 34 minutos do segundo tempo o árbitro, que havia a poucos minutos deixado de marcar uma penalidade a favor da equipe do Náutico, desta feita marcar outra considerada como "duvidosa". Eis que a partir daquela marcação tudo passou a se transformar e veio a cena que mudaria o destino daquela peleja. Após vinte e oito minutos de paralização, em que o árbitro expulsou de campo quatro agressores, jogadores gremistas, veio finalmente a cobrança da penalidade, novamente desperdiçada, tal qual acontecera no primeiro tempo de jogo. Mais de vinte e duas mil pessoas passaram a presenciar uma equipe que contava com onze jogadores em campo e depois dez, perder (abdicar de vencer) para uma equipe com apenas sete. Dois defensores da representação alvirrubra pareciam conduzir em diração a sua área defensiva um jogador gremista, de apenas dezessete anos, para sem nenhuma possibilidade de defesa para o goleiro, decretar o fim do sonho de uma multidão perplexa e sem saber o que estava acontecendo. Perder no esporte faz parte, assim como empatar e ganhar, mas o que se questiona é de que maneira se perdeu. Foi a maior tragédia de um Clube que merece respeito, tanto dos seus aficcionados torcedores, como de seus atletas, dirigentes e de todo o povo pernambucano. Era um jogo de futebol que envolvia uma questão sócio-político, econômico e cultural, portanto, não poderia ter sido tratado daquela maneira. Assim escreveram aqueles atletas, com raras exceções, uma página inédita, a mis deprimente do futebol do Clube Náutico Capibaribe, da cidade do Recife e de Pernambuco.
Numa oportunidade como esta, seria natural e elegante que a Diretoria do Clube Náutico, após apuradas as responsabilidades,vir a público e principalmente à fiel, destemida e fantástica torcida alvirrubra dar satisfações.E mais do que isso, pedir desculpas pelo péssimo exemplo dado naquela fatídica tarde de sábado, por uma representação que não honrou as cores do glorioso Clube de Conselheiro Rosa e Silva. Faltou dignidade, faltou moral, numa tarde para a história do futebol, uma triste tarde da história de um clube que aprendi a amar, torcer e admirar.

Nota:O surpreendente resultado deste jogo deu ao Grêmio de Futebol Porto Alegrense o título de campeão da série B. O Santa Cruz Futebo Clube, que comemorara antecipadamente a conquista, ficaria com a segunda vaga como vice-campeão ( vitória sobre a Portuguesa de Desportos por 2X1).
Coisas do futebol brasileiro!
Recife, PE, 26 de novembro de 2005.