Lembro perfeitamente ter ouvido diversas vezes a frase mais pronunciada na oportunidade da morte de John Lenon, um dos líderes dos Beatles,, banda de maior sucesso musical de todos os tempos: O sonho acabou!
Acredito na importância dos sonhos em nossas vidas, porém a realidade, mesmo dura, precisa e deve ser assumida. O Sport Clube do Recife teve uma ótima participação na primeira fase da Taça Libertadores, na qual venceu quatro jogos, empatou um e perdeu apenas um, justamente para o time do Palmeiras, o mesmo time que no ano passado derrotou três vezes em quatro jogos, tendo o outro jogo terminado no empate. O grupo do Sport, considerado pelos especialistas tecnicamente como o mais forte da competição, foi apelidado como “Grupo da morte”, por contar com três equipes campeães do torneio. Enquanto isso o São Paulo enfrentou Defensor Sporting, Independiente de Medelin e América de Cali; o Grêmio teve como adversários os desconhecidos Boyacá Chicó, Aurora e Universidade do Chile; o Cruzeiro teve Estudiantes, Deportivo Quito e Universitário de Sucre. Pela primeira vez desde que a competição conta com trinta e dois participantes e reunidos em oito grupos, tivemos em um único grupo três equipes campeães, por ironia ou não, este foi o grupo do Sport, campeão da Copa do Brasil de 2008. Talvez “quiz o destino” que na fase seguinte (oitavas) mais uma surpresa acontecesse, exatamente o encontro de Palmeiras e Sport, oitavo confronto em apenas dois anos. Na noite de terça-feira, dia 12 de maio de 2009, aconteceu na Ilha do retiro, sob as vistas de mais de trinta mil apaixonados torcedores a eliminação do time rubronegro. Precisava vencer pelo placar de dois a zero, o que não aconteceu. A vitória pelo placar de um a zero não favoreceu, o Sport parou nas mãos do goleiro “São Marcos” (pentacampeão pelo Brasil na copa de 2002), mas principalmente parou pela má pontaria dos seus atacantes naquela noite e pela “inexplicável” tabela de jogos da taça libertadores.
Resta ao Sport encarar a dura realidade de sua “injusta” eliminação e trabalhar mais e melhor, pois o sonho não acabou, talvez apenas momentaneamente acabou. No caso dos Beatles o sonho realmente acabou, pois jamais veremos os garotos da cidade de Liverpool (John, Paul, Ringo e Harrisson) novamente juntos, infelizmente.
Ademar Rodrigues, 52, cronista e escritor.
